VULNERABILIDADE E O TERRITÓRIO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RECONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS PARA A PSICOLOGIA?

Autores

  • Emylio César Santos da Silva
  • Mary Jane Paris Spink
  • Lia Maristela da Silva Jacob Universidade de Campinas (UNICAMP)
  • Ana Christina Martins Uchoa
  • Priscila França de Araújo UFC

DOI:

https://doi.org/10.1000/riec.v1i3.45

Resumo

O reconhecimento internacional da Atenção Primária à Saúde (APS) como fundamento para um novo modelo de cuidados de saúde levou a mudanças na teoria e na prática de várias profissões da saúde e bem-estar, entre elas a psicologia. No Brasil, a APS foi estabelecida como porta principal dos serviços ao usuário do Sistema ÚNICO de Saúde (SUS) e desenvolvida pela Estratégia Saúde da Família (ESF). Apesar da notável expansão do papel das psicólogas na APS nos municípios de todas as regiões brasileiras, ainda são poucos os estudos que se dedicaram a abordar a questão relativa à formação e atuação profissional nesta conjuntura. Este artigo aborda aspectos do contexto da formação e atuação profissional das psicólogas brasileiras para a atuação nas das políticas públicas de saúde do SUS, especialmente no território da Atenção Primária, em grande parte marcado pela miséria, desigualdade social, econômica, cultural e vulnerabilidade em diversos aspectos.

Biografia do Autor

Emylio César Santos da Silva

Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Mary Jane Paris Spink

Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Lia Maristela da Silva Jacob, Universidade de Campinas (UNICAMP)

Programa de Pós-graduação em Ciência da Saúde- Universidade de Campinas (UNICAMP).

Ana Christina Martins Uchoa

Programa de Pós-graduação em Ciência da Saúde- Universidade de Campinas (UNICAMP).

Priscila França de Araújo, UFC

Programa de Pós- graduação em Saúde Coletiva- Universidade Federal do Ceará- UFC.

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Publicado

2018-10-29

Edição

Seção

Dossiês