Integração Decolonial no Ensino de Química

Authors

DOI:

https://doi.org/10.1000/riec.v7i2.416

Abstract

A colonização assola o povo brasileiro até hoje. Mesmo que a subalternização tenha chegado ao fim, a colonização controla a sociedade através da cultura social, política, econômica e educacional. Nesse sentido, as instituições brasileiras democráticas obedecem a este sistema colonial, isso nos faz refletir sobre a responsabilidade das instituições de ensino em serem oprimidas desta maneira, assim como a matriz curricular da disciplina de Química. na qual pode ser inserida os saberes populares para enriquecimento da mesma e contribuição com os grupos marginalizados, já que trata de uma disciplina que tem grande colaboração com a formação crítica cidadã. Dessa forma a decolonialidade foi inserida no contexto educacional logrando o currículo de Química como possível currículo decolonial. Logo, o objetivo deste texto é desenvolver uma reflexão acerca das possibilidades do currículo de química decolonial de forma participativa e inovador, promovendo uma prática pedagógica inclusiva a partir das vivências dos grupos marginalizados e esquecido pela sociedade brasileira. Sendo que, para ensinar química há necessidade de enfrentar grandes desafios. Um deles é abolir o ensino tradicional e oportunizar novas metodologias de ensino e com elas um novo currículo de química decolonial. Destacando as contribuições de Paulo Freire, considerado um dos grandes defensores da construção de uma educação decolonial, com o foco no diálogo como principal ferramenta educativa, opondo-se à educação do tipo bancária, seu pensamento concorda com a ruptura das estruturas coloniais e eurocêntricas presentes na educação.

Palavras-chave: Decolonialidade. Educação. Ensino de Química.

Author Biographies

Adriana de Alencar Gomes Pinheiro, Centro Universitário Paraíso do Ceará (UNIFAP)

Doutora em Psicologia (UNIFOR). Universidade Regional do Cariri (URCA) – Mestrado Profissional em Educação / Centro Universitário Paraíso do Ceará (UNIFAP).

Francisca Laudeci Martins Souza, Universidade Regional do Cariri (URCA)

Doutora em Educação (UERJ). Universidade Regional do Cariri (URCA) – Mestrado Profissional em Educação.

References

ALVES, C. T. da S. Decolonialidade e conteúdos cordiais no ensino de química: Buscando possibilidades para o estabelecimento da relação entre o Ensino de Ciências e a Educação em Direitos Humanos. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências, Recife, 2021.

ARAÚJO, Igor Lúcio Louchard. Perspectiva Decolonial no Ensino de Química: contribuições para a formação docente. Dissertação (Mestrado Profissional). Universidade Federal Fluminense, Niterói – RJ, 2003. 70 f.

ARROYO, M. G. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2013.

BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, nº11. Brasília, maio - agosto, p. 89-117, 2013.

BRASIL. Lei 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União, de janeiro de 2003

BRASIL. Lei 11.645/2008, de 10 de março de 2008. Diário Oficial da União, março de 2008.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Relatora: Petronilha Beatriz Gonçalves. Ministério da Educação. Brasília, 2004.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018

CÉSIAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo, Veneta, 2020. 136p.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2003.

FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. [S. l.]: Civilização Brasileira, 1961. 275 p. v. 42.

FREIRE, P; GUIMARÃES, S. A África ensinando a gente: Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, P. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. (Organização e participação de Ana Maria Araújo Freire). 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2016.

GADOTTI, M. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. São Paulo: Editora Cortez, 1995.

GIROUX, H. A.; FIGUEIREDO, G. DE O. Paulo Freire e a revolução política do pensamento decolonial. Ensino, Saude e Ambiente, v. 14, n. esp., p. 01-21, 14 dez. 2021.

MIGNOLO, Walter. Desafios decoloniais hoje. Epistemologias do Sul, v. 1, n. 1, p. 12-32, 2017

MOTA NETO, João C. Educação popular e pensamento decolonial latino-americano em Paulo Freire e Orlando Fals Borda. 2015. 371 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Pará, Belém.

NUNES, A. S.; Adormi, D.S. O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.

OLIVEIRA, Luiz F. O. O que é uma educação decolonial. Nuevamérica, v. 149, p. 35-39, 2016.

QUIJANO, A. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, n. 17, p. 4-28, 2002.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: CONSEJO Latino-americano de Ciências Sociales. Buenos Aires: CLACSO, Conejo Latino-americano de Ciências Sociales, 2005. cap. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas, p. 117-142.

SAVIANI, Dermeval. Teorias Pedagógicas Contra hegemônicas no Brasil. Revista do Centro de Educação e Letras. Vol. 10. Nº2 – pp.11-28, 2008

VERRANGIA, D. A educação das relações Étnico-Raciais no ensino de Ciências: diálogos possíveis entre Brasil e EUA. 2009. 322 p. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009.

WALSH, Catherine. 2013. Introducción. Lo pedagógico y lo decolonial: entretejiendo caminos. In: WALSH, Catherine. (Org.) Pedagogías de coloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re) existir y (re) vivir, Tomo I. 1. ed. Quito: Abya Yala, p. 23-68, 2013.

Published

2024-06-28

Issue

Section

Artigos Teóricos