A experiência do fazer da Psicologia em um grupo de promoção de saúde mental para homens

Antônio Adriano Silva de Almeida; Larissa Ferreira Nunes

doi:10.1000/riec.v7i1.356

Autores/as

Antônio Adriano Silva de Almeida Escola de Saúde Pública do Ceará https://orcid.org/0000-0002-1516-6244
Larissa Ferreira Nunes Universidade Federal Do Ceará https://orcid.org/0000-0001-5384-0896

DOI:

https://doi.org/10.1000/riec.v7i1.356

Resumen

Atualmente existem muitas discussões teóricas e metodológicas sobre a Psicologia no contexto da saúde mental, principalmente na relação da prática psicológica com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Esse trabalho tem o objetivo relatar a experiência sobre a atuação do Psicólogo em um grupo de promoção de saúde mental para homens, realizado no CAPS II entre 2022 e 2023, na cidade de Limoeiro do Norte – CE. Trata-se de um relato de experiência que são analisadas por meio de seu ordenamento e reconstrução. A inserção profissional se deu em um grupo terapêutico com homens, idade entre 18 a 60 anos, com diagnóstico clínico de transtornos depressivos e ansiosos, onde foram sentidas e compreendidas as demandas que atravessavam na fala dos membros do grupo, para assim tomá-las como análise do fazer da psicologia. Portanto, a partir dessa inserção, fomenta-se reflexões sobre a atividade psicológica em atividade grupal no campo da saúde mental. Nesse sentido, o estudo concluiu que os entraves relacionados a essa atuação se implica diretamente com a concepção e entendimento das práticas psicológicas no âmbito do modelo clínico tradicional em detrimento de abordagens atuais, uma vez que os processos psicológicos afetam o estado geral de saúde e bem-estar do indivíduo.

Palavras-chave: Residência; Saúde Mental; Psicologia Grupal; Psicologia em Saúde.

Biografía del autor/a

Antônio Adriano Silva de Almeida, Escola de Saúde Pública do Ceará

Especialista em Saúde da Família e Comunidade; Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP); E-mail: driantonio@gmail.com

Larissa Ferreira Nunes, Universidade Federal Do Ceará

Psicóloga. Mestre e Doutoranda em Psicologia com área de concentração em Processos Psicossociais e Vulnerabilidades Sociais no Programa de Pós-Graduação em Psicologia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialista em Saúde Mental pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Pós-graduanda em Avaliação Psicológica/NeuroPsicodiagnóstico na Unichristus. Desenvolve atividades de pesquisa e ensino no Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação (VIESES/UFC). Foi pesquisadora colaboradora na pesquisa "Violência armada na cidade de Fortaleza e suas consequências humanitárias" (Instituto OCA e Comitê Internacional da Cruz Vermelha). É associada da ABRAPSO, região nordeste. É integrante do GT Psicologia e Estudos de Gênero da ANPEPP. É conselheira titular do primeiro Conselho Estadual de Combate a Discriminação LGBT+ (CECD/LGBT+), biênio 2021-2023. É professora do curso de Psicologia na Unijaguaribe e na Favili.

Citas

AMARANTE, Paulo. Loucos pela Vida - a Trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.

AMARANTE, Paulo e Nunes, Mônica de Oliveira. A reforma psiquiátrica no SUS e a luta por uma sociedade sem manicômios. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2018, v. 23, n. 6.

BECHELLI, L. P. DE C.; SANTOS, M. A. DOS. O terapeuta na psicoterapia de grupo. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 13, n. 2, p. 249–254, mar. 2005.

BRASIL. Lei no 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, da organização e funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências (Lei Orgânica da Saúde).

BRASIL. Lei no 8.142 de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais e de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da saúde. Portaria N. 1.608, de 3 de agosto de 2004. Constitui Fórum Nacional sobre Saúde Mental de Crianças e Adolescentes. Brasília.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica; Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Cadernos de Atenção Básica. Brasília, DF: MS; 2013. (n. 34).

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017.

BRUSCATO, Wilze Laura; CONDES, Renata Pereira. Caracterização do Atendimento Psicológico na Saúde. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 36, 2020.

CASTILHO, A. Dinâmica do trabalho de grupo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2a reimpressão, 2002. p. 8-18.

CASTRO, Crystiane França Silva. A atuação do psicólogo no contexto do SUS: repensando práticas. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei, v. 16, n. 1, p. 1-10, mar. 2021.

CASTRO, Elisa Kern de Remor, Eduardo, (Organizadores). Bases teóricas da psicologia da saúde - 1. ed. Edição do Kindle - Curitiba: Appris, 2018.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA - Resolução do exercício profissional no 4, de 26 de março de 2020. Brasília: CFP, 2020.

COSTA, Jobert Teixeira; SILVA, Felipe Santos Da; SILVEIRA, Cláudia Alexandra Bolela. As práticas grupais e a atuação do psicólogo: intervenções em grupo no Estágio de Processos Grupais. Vínculo, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 57-81, 2018.

DIMENSTEIN, M. D. B. (1998). O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e atuação de profissionais. Estudos de Psicologia (Natal), 3(1), 53-81.

FERREIRA NETO, J. L. A atuação do psicólogo no SUS: análise de alguns impasses. Psicologia: Ciência E Profissão, v. 30, n. 2, p. 390–403, 2010.

HOLLIDAY, Oscar Jara. Para sistematizar experiências. 2d. revista – Brasília, 2006.

JOVICHELOVITCH, Sandra. Uma Abordagem Sociogenética do Núcleo Central das Representações Sociais: O caso da esfera pública brasileira. Revista de Educação Pública, v. 29, p. 1-28, jan./dez. 2020

JUCA, Vládia Jamile dos Santos et al. Atuação psicológica e dispositivos grupais nos centros de atenção psicossocial. Mental, Barbacena, v. 8, n. 14, p. 93-113, 2010.

LEWIN, K. Teoria de campo em ciência social. São Paulo, Pioneira, 1965.

LEWIN, K. Problemas de dinâmica de grupo. São Paulo: Cultrix, 1978.

MELO, Eduardo Alves et al. Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e desafios. Saúde em debate, v. 42, p. 38-51, 2018.

MENICUCCI, Telma Maria Gonçalves. História da reforma sanitária brasileira e do Sistema Único de Saúde: mudanças, continuidades e a agenda atual. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.21, n.1, p.77-92, Rio de Janeiro, 2014.

MORENO, J. L. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo (SP): Mestre Jou; 1974.

OSÓRIO, L. C. Psicologia Grupal: uma nova disciplina para o advento de uma era. Porto Alegre: Artmed, 2003. p.10-59.

PAGÉS, Max. Orientação não - diretiva em psicoterapia e psicologia social. São Paulo: EDUPS, 1976.

PAGÉS, Max. A vida afetiva dos grupos. Petrópolis: Vozes 1982.

PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 8 ed. (M. A. F. Velloso e M. S. Gonçalves, Trads). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. p.272-286.

VASCONCELOS, E. M. Mundos paralelos, até quando? Os psicólogos e o campo da saúde mental pública no Brasil nas duas últimas décadas. Revista Mnemosine: Psicologia em Histórias. 2004.